segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Milagres(?)

  Não acredito em actos milagrosos e muito menos em santos. Acredito na ciência, na arte... e procuro, por vezes com uma certa dificuldade, não deixar de acreditar nas pessoas.
  Milagre é definido, pelos dicionários, como «um facto extraordinário ou inexplicável pelas leis da Natureza que é atribuído a uma causa divina ou sobrenatural», ou no sentido figurado, «coisa extraordinária de que não se está à espera ou que parece incompreensível».
  Sabem com o que me surpreendo? Admiro-me como uma simples hora ou duas de conversa e um pouco de atenção conseguem construir aquilo que vulgarmente conhecemos como milagre.
  Será que afinal eles (os milagres) existem e este domingo foi uma prova disso? Será que dar conta da existência dos ditos faz parte de todo este processo de crescimento?
 Milagre pode, então, ter vários significados... este ano começou por mostrar-me exactamente isso. Pode, para alguém, ser «um milagre», sentar-me ao seu lado, falar de histórias antigas, recordar alguns que já partiram... e dar-lhe a mão (à quanto tempo não lhe faziam isso?)... perguntar-lhe se precisa que faça algo...
  Para que seja necessária a ocorrência de um milagre... algo tem de estar, obviamente, mal, ou menos bem. A solidão dos mais crescidos é, sem dúvida, uma das maiores doenças da sociedade actual provocada e sofrida pela própria.
  Concluindo que o milagre é um feito humano... fico um pouco mais «contente» e continuarei a tentar nunca deixar de acreditar nas pessoas... afinal são estas as únicas que podem fazer os tais milagres... e sem terem de subir a um altar, fazer sacríficios ou algo por aí além. Basta que queiram... afinal, como passo a vida a dizer, «querer é poder».
  Ela, no dia seguinte, ligou-me e disse-me: «Ainda bem que vieste. Fez-me tão bem falar um bocadinho... até estou menos doente! Fizeste um 'milagre'!».

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