quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Verdadeiras mentiras

  Tal como um mágico que cria ilusões e faz acreditar que o que nos parece realmente é... assim acontece com determinados episódios. É necessário acreditarmos neles para que ganhem corpo... para que realmente existam.
  Se um mentiroso for dos “bons“... pode mentir tão bem que se convence a si mesmo que está a dizer uma verdade indubitável... e a imaginação/ mentira deixa a sua esfera e passa a ocupar um espaço bem real.
  Quem se convencer que não tem medos, pura e simplesmente deixa de os ter. Querer é poder. Diante de um suposto terror o simples facto de imaginar – não a sua inexistência –  mas que este é superável por outros... facilita, e muito, as coisas. Só se vence um medo através de uma perda. Neste caso ao se perder...  ganha-se... coragem.
  Por este e por outros motivos não acredito na "doença da moda". Todos somos dotados das mesmas capacidades e cabe, a cada um de nós, imaginar os medos e superá-los. Se alguns conseguem... ou outros também conseguem... é uma questão de vontade própria... pois a capacidade está lá no seu sítio próprio. Fraqueza não deve ser confundida com doença... e não estou a aviltar a fraqueza, nem o choro, nem as “birras“ (todas essas coisas que se dizem abundar entre os "pseudodoentes da moda").
  O mais ridículo disto tudo é que se paga, gastam "rios de dinheiro", para ouvir um especialista da "doença da moda" (que não passa de outro, um estranho portanto, com iguais capacidades) dizer que não se está bem... e que deve isto e aquilo... "Com um raio!". Como pode um estranho dizer ao outro o que fazer para que este se sinta melhor? A cura para esta "pseudodoença-da-moda" não existe porque ela mesma, a denominada "depressão", também não. Eu, pelo menos, não acredito na sua existência. Simplificando: Não há antídoto se não houver um veneno.
  Imaginando uma virtual possibilidade de um qualquer desíquilibrio... a regeneração passaria por uma boa mentira do eu para com o eu (e assim volto ao princípio destas linhas)... uma mentira interior (das boas e autoconvincentes) como por exemplo: “Não tenho medo de ter medo!“. Porque das outras, das mentiras exteriores, daquelas que não são de nós e para nós... não gosto!

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